Falar-se em "Consciência Negra", é algo que deve ser buscado em suas origens. Os negros foram violentamente arrancados de seu torrão natal. A violência sofrida fez com que se apegassem às suas origens, aos seus deuses, às suas crenças, como uma espécie de defesa contra as violências a que sempre foram submetidos.
Com a Abolição, começou outra espécie de preconceito. Os empregadores não conseguiam esquecer de que eram escravos recém libertos, sem qualquer tipo de cultura. Incapacitados, portanto, para qualquer tipo de trabalho que não fosse o braçal. Assim a situação ficou durante muito tempo, com os negros praticamente segregados, sendo muito difícil qualquer tipo de progresso. O ingresso em escolas sempre era dificultado aos negros. Os problemas cada vez mais se acentuavam. Contudo, com o passar do tempo, a situação foi mudando. Conseqüência natural da evolução mundial. As mudanças, no entanto, não foram tão radicais a ponto de se poder dizer que hoje em dia não existe qualquer tipo de restrição ao progresso dos negros.
Há que se notar que ainda existe uma quase segregação. Podemos dizer com mais propriedade que existe um preconceito não se pode dizer racial, mas sim quanto às reais qualificações dos negros.
As chances não são iguais. Poucos são os empregadores que, analisando duas fichas de candidatos com igual grau de conhecimento e de qualificações, irá empregar o candidato negro em detrimento do branco.
Pode-se notar que na maioria das grandes Empresas, de qualquer tipo, são poucos os negros que conseguem cargos em nível de direção. Será por incapacidade, ou por uma espécie de preconceito disfarçado? É algo para ser pensado e repensado. Refletindo acerca dessas e outras questões, propusemo-nos a elaborar um projeto que possibilitasse não tão-somente “festejar” o Dia da Consciência Negra no dia 20 de novembro, data esta escolhida devido à morte de Zumbi dos Palmares, em 1695, mas também o desenvolvimento de um trabalho interdisciplinar orientado também para a pesquisa e o estudo da história e da cultura dos povos africanos que são, inegavelmente, parte importante da história do Brasil. O nosso conhecimento sobre a História da África ainda é muito pouco e, portanto, acreditamos que é necessário conhecer a história dos povos desse continente que nos legaram sua herança cultural tão presente e viva em nosso cotidiano.
O projeto está integrado às atividades do Ensino Inovador dentro de suas aulas integradoras do ensino médio, bem como as turmas do ensino fundamental do 5º ao 9º anos. Todos os professores do turno vespertino se empenharam nos últimos meses na execução das atividades propostas as quais envolveram pesquisa sobre o continente africano nos seus mais diversos aspectos físico e histórico-cultural.
Além da exibição de vídeos inerentes aos problemas enfrentados pelos povos africanos no decorrer da História, no dia 17 de novembro do corrente ano, tivemos a palestra do Prof. Genésio, professor de Geografia da Universidade Federal de Sergipe, a qual contou com a presença de alunos do ensino médio e do ensino fundamental. Na palestra, o Prof. Genésio abordou questões de grande relevância para o conhecimento do continente africano e as diversas dificuldades enfrentadas pelos homens e mulheres que até os dias atuais ajudam a construir a História desse continente no qual vamos encontrar a origem de toda a humanidade.
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