Educadores, greve não é férias, vocês devem dar exemplo participando do movimento ativamente.

Praticamente todos os dias, desde que o movimento de greve foi deflagrado, houve algum tipo de ação do sindicato na luta pela conquista do piso nacional de R$ 1187,00. As assembleias dos professores, passeatas, vigílias na assembleia legislativa tem tido uma participação significativa, mas nada impressionante! Sabem por quê? Por que a impressionante maioria dos professores não tem se comportado como educadores conscientes e críticos de seu papel. Essa impressionante maioria, se da ao luxo de ser despolitizada e desinformada. Para ela a greve é um tipo de férias sem data prevista pra acabar. Dos mais de 11 mil professores da rede apenas um número reduzidíssimo deste total têm frequentado praticamente todos os eventos de luta. Algums poucos deram o ar da graça apenas uma vez em alguma das ações dos professores, enquanto que a maioria impressionante nunca moveu uma palha para apoiar a luta. Que professor esta satisfeito com seu reduzido salário e com o descumprimento de uma lei do Supremo Tribunal Federal que determinou o pagamento do piso? Nenhum, é claro, ainda mais por que em se tratando de dinheiro, todo mundo quer ganhar mais. Se por dinheiro este professor não depreende uma ação ativa e positiva, faça ideia do seu grau de envolvimento com as questões pedagógicas. As justificativas para este comportamento vão do ridículo do tipo "eu não gosto de ir para as assembleias e passeatas " para o dissimulado, "este sindicato tem interesses políticos", "sou contra este grupo que dirige o sindicato" etc. Ora, colegas professores, quem quer deixar de dormir até mais tarde, de descansar do almoço, de ir ao shopping, ou a praia, ou ao cinema, ou ler um livro, pra estar nas ruas, esperando durante horas a organização de uma passeata que se fará em baixo de sol ou em baixo de chuva, ou para ir para uma assembleia lotada, a onde muitos têm que ficar em pé, para depois de algumas horas decidir pela continuação da greve? Agente faz isso não por que gosta, mas por que é nossa obrigação moral, política e ética. E se alguém tem alguma coisa contra a direção do sindicato, deve ir às assembleias e discutir isso lá, fazer propostas, o que não é admissível para nenhum profissional e muito menos um educador, é ficar em casa dormindo ou resolvendo seus problemas particulares enquanto outros lutam pelo seu direito. Isto é oportunismo, é desleal. Ficar só esperando as conquistas dos trabalhos dos outros é imoral. Que moral um professor que age assim tem para criticar um aluno que assina um trabalho que não participou. Que exemplo estamos dando para eles? Mas pior do que agirmos de forma despolitizada e agirmos utilizando-se de uma politização distorcida e demagógica. Alguns colegas tendo consciência que deveriam participar do movimento, impulsionam os outros a participar, mas não o fazem de fato. Aparecem em uma manifestação ou outra, fazem fotos de sua presença, e procuram com isso passar a falsa impressão de que estão participando. Estes ilusionistas são o que tem de pior em nossa educação e política. Eles mascaram a realidade, são oportunistas, e só pensam em si mesmo. Como político, agem como Marcelo Deda, que dissimula, diz que esta fazendo algo que não esta, atrapalhando a negociação. Como professor, finge que ensina, que é legal, que esta preocupado com os alunos, mas aprova todo mundo simplesmente para não ter trabalho. Maquiando o problema. É como tomar analgésico constantemente para dor de garganta. Vc não sente mais a dor, mas ela esta lá, e quando vc menos esperar, pode estar com um câncer.

ATENÇÃO: O que estar por trás da luta pelo piso é algo muito mais sério - é a mudança em nossa carreira. Além disso, pode estar vindo por aí um projeto de avaliação do magistério, infinitamente mais perigoso para os professores e para uma educação de verdade do que a maioria de nós já tomou conhecimento.

ACORDEM PARA SUAS RESPONSABILIDADES COMO EDUCADORES, E APRTICIPEM MAIS ATIVAMENTE DO MUNDO! O MUNDO, A EDUCAÇÃO E A CATEGORIA PRECISA DE CADA UM DE NÓS!