PROFª HELENÍZIA NOS PREPARATIVOS PARA A APRESENTAÇÃO DE LISÍSTRATA: A GREVE DO SEXO
Beaumarchais,
uma das grandes expressões do teatro clássico francês, afirmava: “Teatro, cuja
primeira lei - e talvez a única - é a de divertir instruindo”. Verdade que
ninguém pode contestar. Caso contrário, estaríamos negando a própria essência e
a milenar história da arte teatral. A professora Helenízia assimilou bem a
proposição de Beaumarchais, unindo a educação com a arte cênica, contribuindo
para a valorização do teatro como uma importante ferramenta didática à
disposição do processo ensino-aprendizagem dos nossos educandos. Podemos
constatar a importância de seu trabalho na culminância do projeto da disciplina
Arte Cênica por ela ministrada no Colégio Estadual Presidente Emilio Garrastazu
Médici, nos últimos dias letivos do ano de 2012: a leitura dramática de “As
Vespas” e “Lisístrata-Greve do Sexo”, comédias escritas por Aristófanes, o mais
importante dos comediógrafos do teatro da Grécia Antiga.
A culminância aconteceu no dia 11 de janeiro de 2013, no Auditório do Colégio Médice que ficou lotado pelos estrudantes.
ARISTÓFANES, O MAIOR AUTOR DE COMÉDIA DO TEATRO GREGO DA ANTIGUIDADE
Aristófanes compôs um total de
quarenta peças, e obteve nos concursos pelo menos seis primeiros prêmios e
quatro segundos prêmios. Embora toda sua vida intelectual tenha transcorrido em
Atenas, apresentou certa vez uma de suas peças no teatro de Elêusis. Sua
primeira comédia, Os Convivas, estreou em 427 a.C. sob o nome de Calístrato, o ensaiador
da peça, e obteve de saída o segundo prêmio. Suas duas últimas comédias,
Cocalos e Eolosicon foram encenadas por seu filho Araros após -388. Acredita-se
que o poeta tenha morrido pouco depois, em algum momento entre 386 a.C. e 380 a.C.
De toda sua obra somente onze
comédias sobreviveram mas, em compensação, todas puderam ser datadas de modo
razoavelmente preciso: Os Acarnenses, 425 a.C.; Os Cavaleiros, 424 a.C.; As Nuvens, 423 a.C.; As Vespas, 422
a.C.; A Paz, 421 a.C.;
As Aves, 414 a.C.;
Lisístrata, 411 a.C.;
As Tesmoforiantes, 411 a.C.;
As Rãs, 405 a.C.;
As mulheres na Assembléia, 392
a.C.; e Pluto, 388 a.C.
Acarnenses, Cavaleiros, Vespas,
Paz e Lisístrata tratam da vida política; Nuvens, Tesmofóriantes e Rãs criticam
a vida intelectual; Aves, Mulheres na Assembléia e Pluto são alegorias, ou
comédias de fuga (Starzynski, 1967).
Restaram também numerosos
fragmentos de suas outras comédias, que permitiram reconstituir, ao menos em
parte, o argumento de algumas delas.
Características da obra de Aristófanes:
As comédias anteriores a 400 a.C. mostram duas
preocupações básicas: fazer o público rir e criticar as instituições políticas
e intelectuais da Atenas daquela época. E, em meio à linguagem viva e pitoresca
dos diálogos, também estão presentes trechos de grande beleza poética,
notadamente nas odes corais.
Todos os recursos cômicos imagináveis
foram usados com grande maestria pelo poeta, desde a sátira mais grotesca até a
malícia mais sutil: situações ridículas, cenas fantásticas, personagens
alegóricos, caricaturas de personagens humanos reais e deuses, pilhérias,
ironias, jogo de palavras, trocadilhos, mal-entendidos, exageros, substituição
de palavras esperadas por outras inesperadas, paródias (dos autores trágicos,
principalmente), neologismos, provérbios...
AS VESPAS
As Vespas foi representada em
Atenas pela primeira vez nas Lenéias de 422 a.C. e recebeu o primeiro prêmio no
concurso. Em segundo lugar, ficou a comédia Prelúdio, também de Aristófanes e,
em terceiro, a comédia Embaixadores, de Lêucon.
A comédia é uma expressiva e
cáustica crítica à organização do poder judiciário de Atenas e à corrupção e
demagogia de que padecia o sistema na época de Aristófanes.
Filocleon ("o que aprecia
Cleon") é um velho camponês viciado em julgamentos; Bdelicleon ("o
que odeia Cleon"), filho de Filocleon, é um rapaz ajuizado que tenta fazer
o pai perder a perigosa mania de julgar. Para tanto, prende o velho em casa,
impedindo-o de sair, e procura convencê-lo a passar o tempo julgando problemas
domésticos corriqueiros, como por exemplo o caso de um cão que roubou queijo da
cozinha... Esse texto foi trabalhado pelos alunos do 1º ano E.
ALUNOS ENCENANDO "AS VESPAS"
A GREVE DO SEXO
Lisístrata: a guerra do sexo é
uma das peças de Aristófanes antibélicas. Um dos motivos de sua criação foi a
irritação de Aristófanes com a guerra que enfraquecia Atenas e Esparta, bem
como com a morte inútil de muitos homens. Ele mostra em sua obra um protesto
irreverente, abusando do deboche e da licenciosidade. A ação da comédia,
bastante conhecida, desenvolve-se a partir de um plano idealizado por
Lisístrata, personagem central, para acabar com as desgraças da Grécia. Ela
simplesmente convence as mulheres de Atenas e de Esparta a não mais dormirem
com seus maridos, a menos que assinem um tratado de paz. A situação
evidentemente gera desdobramentos cômicos, que Aristófanes explora com inegável
competência. Vale mencionar, por exemplo, a excitação de algumas mulheres que
não suportam o jejum e tentam furar a greve, ou ainda a cena que Mirrina
alimenta aos poucos a excitação do marido Cinésia e o abandona quando estão
prestes a consumar o ato sexual. Um dos pontos altos da peça, no entanto, esta
na carregada preciosidade das cenas e dos diálogos em que os homens surgem com
os falos eretos, desesperados com a incômoda situação. Seguramente não há, na
literatura teatral, peça em que os senhores das guerras de todos os tempos
tenham sido satirizados de maneira mais contundente.
Lisístrata, na verdade é uma
sátira de cunho político, inspirada pelo profundo pessimismo deste importante
comediógrafo grego, em relação às instituições e ao próprio ser humano. Em
termos mais precisos Aristófanes desencantou-se principalmente com a
deteriorização de Atenas, com a corrupção que corroeu a democracia grega após a
morte de Péricles e com as atitudes de políticos inescrupulosos.
ALUNOS ENCENANDO A GREVE DO SEXO
AGRADECIMENTO FINAL DO 1º ANO D
AGRADECIMENTO FINAL DO 1º ANO E
EQUIPE TÉCNICA
PROFESSORA HELENÍZIA: ALEGRIA DO DEVER CUMPRIDO
PLATÉIA
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
ARAÚJO, Nelson de. História do Teatro. Bahia : Fundação Cultural do Estado da Bahia, 1978.
PEIXOTO, O que é teatro. São Paulo : Brasiliense, Coleção primeiros passos, 1995.
ARISTÓFANES. Lisístrata-Greve do Sexo; tradução Millôr Fernandes - - Porto Alegre : L & PM, 2003.
REVERBEL,Olga. Teatro na sala de aula. Rio de Janeiro : José Olympio Pereira Filho, 1978.
AS IMAGENS DE ARISTÓFANES, AS VESPAS E LISÍSTRATA foram extraída do Google.
Parabéns a professora Helenízia e aos alunos pela magnífica expressão da arte cênica! O teatro é a representação da vida,apresentando-a por meio de várias representações artísticas.
ResponderExcluirToda essa movimentação do Teatro na escola dinamiza e potencializa o nosso bom educar. Parabéns a todos os envolvidos nesse evento. Demais!
ResponderExcluirO trabalho realizado pela professora Helenízia vem respaldando cada vez mais a importância da arte teatral como um dos elementos indispensável ao processo ensino-aprendizagem, bem como o seu papel na socialização dos nossos educandos. Além disso, seu trabalho contribui para a formação de público para a arte e o fazer da arte teatral sergipana. O teatro agradece a sua dedicação.
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